Considerações sobre o sintagma “lugar de fala”: um operador de vozes empoderadas?
DOI:
https://doi.org/10.14198/dissoc.12.3.14Palabras clave:
lugar de fala, fórmula discursiva, memória discursivaResumen
Neste artigo, examinamos alguns aspectos da circulação da expressão “lugar de fala”, valendo-nos da noção de fórmula discursiva proposta por Krieg-Planque (2010) para o estudo de sintagmas cristalizados cujos percursos no espaço público permitem acompanhar um debate. Com base nisso, a própria noção de espaço público põe problemas interessantes: em tempos de fragmentação e dispersão na comunicação social, em que arenas se dão os embates, em que lugares se tecem os debates? Acompanhando uma certa tradição nas ciências sociais, consideramos o texto “Pode o subalterno falar?”, de Gayatri Spivakvc como documento fundador, na medida em que registra a expressão “lugar de fala” como centro de um pensamento político com dimensões teórica e prática. Os dados colhidos mostram que “lugar de fala” assume traços semânticos de empoderamento de vozes periféricas (ou de minorias), mas também, em certos usos, assume traços de um poder que inibe ou interdita vozes outras.
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