(Des)fiação discursiva em disputa: censura e resistência entre grafites e pichações – "Marielle, presente!"
DOI:
https://doi.org/10.14198/dissoc.16.4.2Palabras clave:
Marielle Franco, Graffiti, Pichação, Censura, ResistênciaResumen
Neste artigo, analisamos, a partir da perspectiva teórico-metodológica da Análise de Discurso, o funcionamento discursivo de uma disputa semântica, delimitada de março de 2019 a março de 2022, entre grafites em homenagem à Marielle Franco e pichações que procuram negar/silenciar essa homenagem. Essa disputa coloca em jogo censura e resistência. Nesse funcionamento, procuramos analisar e compreender como os gestos de grafitar e de pichar significam esse jogo como gestos político-simbólicos que determinam e são determinados pelo espaço da vida social, movimentando o jogo das interpretações sobre o social e sobre o modo como o(s) sujeito(s) com ele se relacionam. No âmbito da análise que desenvolvemos, questionamos: o que esses gestos, inscritos nos muros de uma universidade pública, dão a ler-interpretar? Trabalhamos esse questionamento por meio de uma leitura dessa disputa que procurou restituir a (des)fiação discursiva sobre a qual se constitui certa narratividade sobre Marielle e seu assassinato. A análise permitiu compreendermos que censura e resistência são movimentos dominantes que determinam a (des)regulação dos dizeres sobre Marielle e seu assassinato.
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