A pedra, o pau e a pena: silêncio, formação discursiva e dizeres nas fichas do DEOPS
DOI:
https://doi.org/10.14198/dissoc.4.2.3Palabras clave:
Análise do Discurso, Ditadura Militar, Greve dos Metalúrgicos, DEOPSResumen
Esse artigo analisa quatro fichas do DEOPS que tratam da greve dos metalúrgicos do ABC paulista de 1980, durante a ditadura militar brasileira. Para tanto, mobilizaremos a teoria da Análise do Discurso de matriz francesa, fundada por Michel Pêcheux e Jean Dubois. Interessa-nos investigar os efeitos de sentidos que são falados nas fichas sobre a memória da greve do ABC e o que esse evento representou para a sociedade e para a ditadura que vigorava no período. Também são observados os silêncios impostos pela voz do sujeito policial sobre a voz do sujeito detido. Através da análise dos documentos selecionados, percebemos como a formação discursiva, a memória e arquivo discursivo, inseridas em dado contexto sócio-histórico, inscrevem-se nesses discursos e influenciam na produção de sentidos, indicando o tenso caminho entre a história e a língua. Observa-se que esses movimentos de sentidos inscritos nos documentos compreendem uma maneira de refletir sobre a linguagem afetada permanentemente pela história, marcando como os sentidos migram em função da posição que o sujeito ocupa, enfim, como a circulação de dizeres nos documentos do DEOPS dialoga com os sentidos em outros contextos sócio-históricos.
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Derechos de autor 2010 Francis Lampoglia, Lucília Maria de Sousa Romão
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