O que é ser uma escritora negra no Brasil? Estratégias de polidez e a negociação do ethos discursivo
DOI:
https://doi.org/10.14198/dissoc.19.1.07Palabras clave:
ethos discursivo, literatura afro-brasileira, polidez, racismo, análise do discursoResumen
O presente trabalho tem como objeto de estudo as imagens discursivas de escritores afro-brasileiros em entrevistas escritas e publicadas por revistas digitais e blogs. Temos como objetivo analisar a constituição do ethos discursivo das escritoras e os movimentos de preservação/ameaça de face presentes nesses discursos, visto entendermos que essas escritoras ocupam uma posição potencialmente paradoxal, dividida entre a afirmação da singularidade de sua obra e sua auto-representação como membro de um grupo ou coletividade organizada. Para isso selecionamos entrevistas de escritores que tratassem especificamente sobre o ato de ser escritor e os impactos da escrita ditos pelo próprio escritor. A partir disso, fizemos uma análise discursiva baseada nos conceitos de ethos discursivo elaborado por Maingueneau (2008) e na Teoria da Polidez, criada inicialmente por Goffman (1967) e ampliada por Brown e Levinson (1987). Neste texto faremos análises de entrevistas concedidas pelas escritoras Jussara Santos (JS) para o blog Literafro, no ano de 2005, e Ryane Leão (RL) para a revista digital Mulheres que escrevem, no ano de 2017, em seguida faremos uma discussão sobre o que é ser uma escritora negra no Brasil.
Financiación
Trabalho desenvolvido com o apoio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica da Universidade Federal do Pará PIBIC/UFPA PRO6520-2023.Citas
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